IMPARCIALIDADE ZERO POR JULIA AQUINO

12/12/2014 22:27

Imparcialidade zero

por Julia Aquino


 

 

        Quando fui convidada para participar nesta matéria achei um exagero tal crítica a uma revista conhecida como a NeoTokyo, pois o ponto de vista de um redator - e de um fã - diverge bastante e nem sempre as matérias publicadas darão ênfase nos mesmos pontos de vista ou nas preferências dos fãs da série. Além disso, o redator não tem obrigação de agradar a todos os leitores, e sim transmitir informação. Mas como não havia lido a matéria “20 anos de Cavaleiros do Zodíaco no Brasil”, não tinha uma opinião formada sobre ela, nem negativa nem positiva.

 

        Porém, quando finalmente tive a oportunidade de ler a matéria, deparei-me com o oposto do que imaginei ser o problema a princípio: a falta de imparcialidade e pouca quantidade de informações.

 

        Em certos tópicos da matéria é possível perceber a constante retomada da série clássica como se ela fosse critério de avaliação para os Spin-Offs, e outros projetos da franquia, de forma que a preferencia pelo Clássico se fez exclusivamente presente. E, além disso, os textos que não se referiam ao Clássico acabaram por conterem poucas informações, algo que não deveria acontecer à medida que o objetivo é informar.

 

        Um exemplo disso é a parte sobre o filme “A Lenda do Santuário”, que dos seis parágrafos sobre o filme três foram comparações com o Clássico (sendo que todos já estamos cansados de saber que o filme nada tem a ver com a animação de 1986) e dois foram apenas citações sobre o sucesso da série no decorrer desses 20 anos. Ou seja, em um tópico sobre o filme mais recente da franquia, não foi dito praticamente nada a respeito dele. Acredito que nesta parte a única coisa que estava diretamente ligada ao assunto da redação era à imagem que ocupava metade da página.

 

        Em compensação, duas páginas foram destinadas a uma obra de um fã, que não foi oficializada pela Toei Animation nem pelo criador, Masami Kurumada. Por mais que a “Saga dos Deuses” seja um projeto bem feito, elaborado e de nível quase “profissional”, segundo a matéria, ainda é uma obra de fã como muitas outras espalhas por aí, e não deveria ter sido privilegiada em uma revista que nem os produtos oficiais da Toei Animation ganharam destaque. Os trabalhos de fãs não devem ser desfavorecidos, mas também serem exaltados sem critério algum para isso está longe de ser algo justo com o resto do fandom.

 

        Outro tópico a ser comentado além da falta de conteúdo é o das informações equivocadas como, por exemplo, o número de episódios da série Ômega, que apesar de ter 97 episódios, foi dita ter 46 na matéria de Lilly Carol.

 

        Por fim, para que este comentário não fique mais longo e cansativo, gostaria de dizer que a redação pecou por não ter colocado os devidos créditos nas imagens, principalmente nas fanarts. As fanarts devem ser creditadas e, inclusive, uma das coisas mais valorizadas pelos fanartistas são os devidos créditos ao seu trabalho. Colocar as fontes das informações e das imagens é algo básico para uma revista de grande circulação como a Neo Tokyo, e nem isso eles fizeram nessa matéria vaga e cheia de dados equívocos.